Expandir a atuação além do Brasil é um desejo crescente entre estudantes e profissionais da Odontologia. A
busca por qualidade de vida, experiências acadêmicas e profissionais em diferentes sistemas de saúde tem
atraído cada vez mais brasileiros.
Recentemente, tive a honra de conversar com o Prof. Dr. Marcos Lenza, referência quando o assunto é
carreira internacional em Odontologia. Ele é Chefe do Departamento de Ortodontia da University of
Mississippi School of Dentistry (EUA) e Diretor Geral do Instituto Lenza de Pós-Graduação, no Brasil.
Nessa live, falamos sobre sua trajetória no Brasil, nos Estados Unidos e na Dinamarca, e também sobre o
momento presente na Universidade do Mississippi, onde está à frente da estruturação de uma residência
em Ortodontia.
Uma jornada que começou na docência

Fabrício é Doutor em Dentística Restauradora pela UNESP e hoje vive em
Setúbal, uma cidade próxima a Lisboa, onde atua como médico dentista.
A história dele é inspiradora — e cheia de aprendizados para quem
deseja seguir um caminho semeA trajetória do Prof. Lenza é movida por uma paixão pelo ensino. Desde cedo, ele
entendeu que queria mais do que atender pacientes: queria formar pessoas.
“A gente precisa ter a generosidade de ensinar e a humildade de continuar
aprendendo.”
Esse desejo de ensinar o levou a viver novas realidades acadêmicas fora do Brasil,
ampliando sua visão sobre a Odontologia no mundo.lhante.
Ortodontia no Mississippi: desafios e construção
Atualmente, o Prof. Lenza está à frente da criação de um novo programa de residência em Ortodontia na
Universidade do Mississippi — algo inédito no estado.
“O Mississippi é um dos poucos estados que ainda não tem uma residência em ortodontia. Estou nesse
processo agora.”

FO programa aguarda aprovação da Commission on Dental Accreditation –
CODA e deve entrar em funcionamento em até dois anos. A
universidade, com mais de 50 anos de história, recebeu recentemente
US$ 40 milhões em investimentos para ampliação.
(University of Mississippi School of Dentistry)
O estado, com cerca de 3 milhões de habitantes, possui apenas 55 ortodontistas e 22 periodontistas, reforçando a urgência em formar novos especialistas.
“Existe uma falsa ideia de que o Mississippi é pouco desenvolvido. A renda per capita aqui é maior que a da
França.”
Esse panorama mostra como a carreira internacional em Odontologia pode abrir portas em lugares fora do
eixo tradicional.
Pós-doutorado e prática ortodôntica na Dinamarca
Durante um ano, o Prof. Lenza viveu uma experiência marcante na Dinamarca, onde realizou seu pós-
doutorado. Ele destacou a leveza das relações acadêmicas e o modelo igualitário da educação escandinava.
“Não existe hierarquia. Professores e funcionários se tratam no mesmo nível.”
A Ortodontia no país é tratada como política pública: o Estado financia tratamentos até os 18 anos, mas
apenas para casos com necessidade funcional, e não estética. Na universidade, atendiam-se casos mais
complexos, vindos de todo o país.
Oportunidades e desafios de uma carreira internacional em odontologia
Durante nossa conversa, o Prof. Marcos destacou que buscar uma carreira internacional em Odontologia,
não significa abandonar o Brasil, mas sim ampliar horizontes. Muitos profissionais brasileiros têm hoje
espaço em instituições de ensino e clínicas ao redor do mundo, especialmente por conta da nossa formação
prática e adaptabilidade.
Por outro lado, ele deixou claro que o caminho exige planejamento:
– conhecimento dos processos de validação profissional no país de interesse
– fluência no idioma local
– apoio institucional (especialmente em universidades)
– maturidade emocional para lidar com o novo
FAQ
Quem é o Prof. Dr. Marcos Lenza?
Prof. Dr. Marcos Lenza (CRO CD 1504) é graduado em Odontologia pela Universidade Federal de Goiás,
mestre e PhD pela University of Nebraska (EUA) e pós-doutor em Ortodontia (Biomecânica) pela Aarhus
Universitet, na Dinamarca, sob supervisão da Profa. Birte Melsen.
É Professor Titular da Faculdade de Odontologia da UFG, atua no ensino de graduação e pós-graduação e
orienta pesquisas em áreas como biomecânica da movimentação ortodôntica, mini-implantes, bráquetes
autoligados e uso da tomografia computadorizada em Ortodontia.
O que diferencia a Odontologia no Brasil, Dinamarca e EUA?
No Brasil, a formação é reconhecida pela forte prática clínica.
Na Dinamarca, a Ortodontia tem caráter social, focada em necessidade funcional e custeada pelo Estado até
os 18 anos.
Nos EUA, a prática é altamente regulada, com exigências específicas para validação profissional e estrutura
avançada de ensino.
Como funciona a validação de diploma nos EUA?
Cada estado tem suas próprias regras. No Mississippi, por exemplo, além dos processos de validação e exames
específicos para exercer a profissão, é importante entender que a formação é diferente da brasileira.
Nos EUA, para ingressar na Odontologia, o estudante primeiro precisa concluir quatro anos de bacharelado em alguma
área — como Biologia, Química ou até Engenharia. Só depois ele pode solicitar vaga no curso de Odontologia. Essa
estrutura faz com que a profissão tenha requisitos acadêmicos adicionais e um processo de acesso mais longo.
Assista à live completa
Se você está se formando, começando a carreira ou mesmo repensando sua trajetória na Odontologia, essa
conversa pode ser uma fonte poderosa de inspiração. Não se trata de um roteiro pronto, mas de reflexões
reais sobre o que é possível — e sobre como se preparar para isso.




